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4.3. Comunidade Colaborativa
Gostaria, a partir desse título, de tocar o emocionar do leitor, mudando também a qualidade de nossa conversa. Farei isso, não apenas através da análise das aprendizagens mediadas pelo computador, mas também, das ações realizadas pelas professoras no espaço e tempo formais da escola.
Para justificar as ações, das quais tomei parte, preciso convidar o leitor a viajar comigo no tempo, quando ainda era jovem, na década de oitenta, época em que aprendi a linguagem LOGO, rodada em Sistema Operacional DOS, e conheci Seymour Papert. Desde então, li muitos artigos e alguns livros desse Matemático Sul-Africano, muito influenciado por Piaget e pelo Construtivismo, cujas idéias me encantaram. Razão por que acredito na escola como sendo este lugar de intersecção, entre a utilidade social das aprendizagens realizadas nela, aproveitadas no dia-a-dia, e as nossas inclinações pessoais, a fim de - como escreveu Maturana, no livro Emoções e Linguagem na Educação e na Política (p. 92), através de nossa educação "retornar à comunidade o que havíamos recebido" de maneira a sermos úteis ao seu devir. Assim, quero que compreendam que a paixão pelos computadores e meu ideal de escola, são elementos anteriores, que ganharam importância, muito antes de pensar em me tornar professora.
Essa é a razão por que a decisão de convidar os alunos mais adiantados, na tarefa, para atuarem como monitores fez toda a diferença para a mudança na rede de conversação desenvolvida ao redor do preenchimento dos formulários, para a criação dos e-mails e blogs.
As conversações mais comuns, entre os atores envolvidos nos processos escolares, são as construídas em torno de um único fio, tecido pelo professor, e a decisão tomada vai contra essa prática, que representa o sistema de controle, implícito, que a escola exerce sobre alunos e professores, definindo hierarquicamente os papéis que ambos desempenham na rotina escolar.
Assim que nós, professoras, abrimos este canal para troca entre os alunos, rompemos com a forma padrão do controle hierárquico de poder escolar exercido sobre todos. Como diz Papert (1994, p. 59): "A questão passou de como o poder é distribuído dentro da hierarquia educacional para se a hierarquia é um modo adequado de organização para a Educação." Já que, com o fluente intercâmbio de informações, dicas, truques e segredos para preencher o formulário, correndo solto pela SAI, nós, professoras, deixamos de controlar o sentido do fluxo de informações, por conseguinte, as aprendizagens dos alunos, antes dependentes de um ensino verticalizado, no qual o professor ocupa o ponto mais alto.
Com essa simples ação, gerou-se um espaço heterarquico, descentralizado, onde todos os alunos foram responsáveis por tudo e por todos, como em uma comunidade colaborativa; diferente dos espaços hierárquicos, onde a organização só é possível por níveis e etapas do conhecimento.
Nessa análise, outro elemento importante que deve ser esclarecido refere-se a adoção do título "Caderno Virtual", esse título, aparentemente, poderia indicar que a mudança seria apenas do meio onde se dariam os registros, do lápis e papel para o blog, mantendo-se uma prática transmissiva de conteúdos, no meio virtual, com apontamentos e cópias de textos, como os possíveis no caderno real. Não aconteceu dessa forma. Na Máquina das Crianças (1994, p.66), Papert conta uma situação muito parecida, onde explica o porquê, de um dos muitos motivos, de ruptura com o ensino tradicional que acontece com o uso dos computadores em situações de aprendizagens escolares,
“O computador, é um dispositivo técnico aberto que estimula, pelo menos alguns estudantes, a impelir seu conhecimento até o limite [...]. Assim, aprender mais sobre técnicas de computação torna-se parte do projeto de uma forma que não ocorrerá com o papel e o lápis."
A questão, é que os computadores e a Internet, oferecem um meio e um tipo de interação muito mais rico do que o oferecido pelos instrumentos tradicionalmente empregados na educação. Outro argumento que Papert usa, válido em minha opinião, é que "as crianças estão mais sintonizadas aos computadores do que nós, adultos" (1994, p. 63). Penso em nós, os adultos, como imigrantes num mundo digital; desconhecemos língua, costumes e lugares. Precisamos ser alfabetizados digitalmente, para nos letrarmos num ambiente social, cuja porta de entrada é o computador. Outro ponto desfavorável para o adulto é a noção de custo, o computador para nós, por tudo que é capaz de realizar, parece uma máquina muito cara para ser vista como brinquedo de criança. Ao contrário da criança, que já nasceu na era da informatização e, mesmo que não tenha acesso em casa, tem idéia de como funciona ao acessar outros meios de informação ou frequentar espaços sociais já totalmente informatizados, além de ver no computador, um brinquedo de adultos.
Fazendo referência ao medo, natural, que os adultos alimentam diante do uso das máquinas com finalidades educacionais, computadores, celulares, câmeras, etc., vemos que a definição de papéis e procedimentos hierarquizados que a escola mantém, acaba restringindo os alunos para uma construção mais livre do conhecimento, ao mesmo tempo, protege o professor do confronto com o medo de perder o domínio e o controle da turma fazendo uso da máquina como instrumento, já que em sua concepção, os alunos domam (dominam) melhor esse instrumento, do que ele próprio. Retornaremos ao medo versus o domínio da máquina mais adiante.
Por ora, vamos retomar a sequencia do trabalho, descrita no título A Caminhada. A criação dos e-mails e blogs, não resultou em domínio social da língua, muito menos da máquina. As novas dificuldades giraram, precisamente, em torno desses dois domínios.
Leitura e escrita como explicamos, anteriormente, são práticas que só adquirimos no pleno uso de sua aplicação, e a escola favorece poucas situações de uso contextualizado da leitura e da escrita, como prática social. Assim, logar para ler os e-mails com a orientação das atividades e acessar o blog, para começar a postá-las, constituiu-se uma nova etapa de aprendizagem.
Os e-mails começaram a ser invalidados, por causa de erros de digitação. Erros ortográficos, gramaticais e mau uso das funcionalidades do teclado. Para começar, a maioria dos alunos não havia anotado seu e-mail e senha, somaram-se às dificuldades, problemas de memória humana e o desespero (mais no sentido de exasperação) dos monitores diante do aparente fracasso dos colegas.
O quadro era: senhas perdidas; e-mails escritos com a tecla Caps Lock ativada, portanto, escritos com letras maiúsculas; mistura de letras maiúsculas com minúsculas; falta de hífen, pontos e arrobas; a terminação “br” após o “.com” do Gmail; inversão na ordem da escrita dos endereços eletrônicos; trocas de sinais de pontuação, do tipo ponto por ponto e vírgula ou vírgula; trocas de letras, como f/v, b/p, c/t, g/q, etc.; uso do teclado numérico em vez do alfa-numérico.
Esses desentendimentos, alunos consigo mesmos, alunos com alunos, alunos com as professoras, alunos com a máquina, duraram quatro aulas, conforme o apontado no ANEXO 2 - Cronograma de Atendimento da Turma 43. No que resultou o retorno ao fio de conversação. Professoras tentando instruir uma turma, cujos desagravos entre os alunos-monitores e os outros, ameaçava acabar em indisciplina.
A solução veio através da realização de uma avaliação e da reflexão, com a turma, sobre o que estava acontecendo. As reflexões desencadearam a iniciativa de recuperar os e-mails e senhas perdidos, os oito alunos-monitores, munidos de celulares se uniram às professoras e aos colegas em um mutirão com esse objetivo. Conforme cada aluno recuperava seu log in, recebia um mini-tutorial com espaço para anotar seus e-mails recuperados e as novas senhas, com um passo-a-passo de como entrar nos espaços e as informações básicas de como postar as atividades, apresentado no ANEXO 3. Esses mini-tutoriais, individuais, encontram-se na SAI, à disposição dos alunos para serem usados quando necessário, pois o projeto ainda está em desenvolvimento. A adoção do mini-tutorial, em conjunto com a acessoria dos alunos-monitores e o direcionamento das professoras, permitiu que o projeto “Caderno Virtual” começasse a se concretizar.
Segundo Hernandes (1998, págs. 61 a 69), o trabalho com projetos rompe com a linearidade do currículo, altera a percepção fragmentada do conhecimento, tratado por disciplinas, e redefine a relação entre professores e alunos, quebrando com o modelo hierarquizado da Escola. Com isso, abre-se um novo espaço para a aprendizagem, onde a intenção é provocar na criança a posse sobre seu processo de aquisição e interpretação da língua e da realidade, usando-os para realimentar a investigação e experimentação, que o uso do computador exige (PAPERT, 1994, p. 70). Segundo Papert (1988, p. 250), a melhor aprendizagem é feita quando o aprendiz a assume ea tarefa do professor é desafiar e encorajar o aluno na busca de uma solução, assumindo o papel como facilitador do processo de construção de aprendizagens.
Esse rompimento só foi possível, porque as Arquiteturas Pedagógicas deram o suporte adequado às etapas importantes para o processo cognitivo, a instrução, a experimentação, a reflexão, a depuração e a construção de novos conhecimentos. As atividades realizadas no projeto deram aos alunos a oportunidade de refletir sobre suas ações de maneira independente; de agir em conjunto com seus pares, contando com a ajuda dos colegas e ajudando uns aos outros. A criança é capaz de organizar as informações, com base em suas experiências anteriores, somadas as dos colegas para, diante do desafio proposto pela máquina, resolvê-los, desenvolvendo a capacidade de aprender a aprender (SPIRO & JEHNG, 1990).
A aprendizagem se faz significativa, no momento em que a criança percebe a utilidade e aplicação daquilo que aprende. Em Informática Educativa, essa significação é dupla, na medida em que os alunos aprendem interagindo com a máquina e utilizando esses novos conhecimentos para fazerem intervenções cada vez mais complexas, “movidos por um desejo pessoal de aprender” (PAPERT, 1994, p. 68).
A partir do dia 31/05/2010, quando se passou a usar o mini-tutorial em conjunto com a acessoria dos alunos-monitores, a atmosfera da SAI começou a se estabilizar, mantendo-se até hoje, naquilo que chamei de comunidade colaborativa, no sexto parágrafo desse título.
Como disse anteriormente, Papert fundamentou-se na Teoria Construtivista de Piaget e criou o termo Construcionismo que define a construção do conhecimento pelo aluno por meio do computador. Sua teoria explica as relações entre o aprendiz e o computador no propósito de produzir o máximo de aprendizagens e um mínimo de ensino, buscando meios de realizá-las na valorização da construção de estruturas cognitivas do sujeito a partir de suas ações, apoiadas em suas próprias construções de mundo.
“Embora a tecnologia desempenhe um papel essencial na realização de minha visão sobre o futuro da educação, meu foco central não é a máquina, mas a mente e, particularmente, a forma em que movimentos intelectuais e culturais se autodefinem e crescem” (PAPERT, 1988, p. 23).
Para Papert, os processos educacionais devem ser baseados na teoria piagetiana, propostos a partir de atividades desafiadoras, capazes de desencadear conflitos cognitivos, adequados ao nível de desenvolvimento em que se encontram, colaborando para a construção progressiva do conhecimento. É nessa perspectiva, que devemos compreender a abordagem teórica proposta por Seymour Papert (1988) para a atuação nos laboratórios de informática.
A Teoria Construcionista é uma forma de conceber e utilizar o computador na educação, envolvendo os sujeitos da aprendizagem e os recursos computacionais, constituindo um ambiente de aprendizagem onde o computador é um elo na interação que propicia o desenvolvimento da autonomia do aluno, não direcionando sua ação, mas auxiliando-o na construção de conhecimentos nas diferentes áreas do saber, por meio da exploração, das experimentações, das descobertas e da reflexão sobre suas ações e os resultados alcançados.
Embora, alguns autores pensem no uso do computador na educação, como desempenhando uma função meramente instrucionista, Papert não os vê assim. Ele defende uma metodologia construcionista para a utilização dos computadores na educação. A principal característica deste conceito, é o uso do computador para realizar construções concretas, visíveis na sua tela, atuando como fonte de idéias para o desenvolvimento de construções cognitivas, criando um movimento dialético entre o concreto e o abstrato (PAPERT, 1994. P. 123).
Em seu trabalho, o autor não evidencia as etapas estabelecidas por Piaget no desenvolvimento da inteligência da criança, por que para ele importa como o desenvolvimento cognitivo acontece e como as idéias piagetianas podem contribuir para uma aprendizagem mais efetiva na construção do conhecimento. O uso do computador como ferramenta educacional é proposto para construir situações de aprendizagens que possibilitem acelerar as etapas do desenvolvimento cognitivo, Nesse processo destaca-se a zona de desenvolvimento proximal descrita por Vygotsky, e também, o mecanismo de equilibração, descrito em Piaget. As interações entre os sujeitos e os desafios propostos provocam os desequilíbrios necessários para a construção de novas estruturas, resultando em novos conhecimentos (PAPERT, 1988; PIAGET, 1976).
O mundo atual exige pessoas críticas, criativas e reflexivas, com a capacidade de trabalhar em grupo. Essas atitudes não podem ser transmitidas ao sujeito, devem ser construídas e desenvolvidas por cada um. Por isso, a educação deve oferecer condições para que o aluno vivencie situações que lhe permitam construir e desenvolver essas competências. Um ambiente informatizado em conjunto com as Arquiteturas Pedagógicas, fundamentados na Teoria Construtivista, auxiliam nesse processo (PAPERT, 1988).
A mudança de atmosfera aconteceu porque ao seguir o mini-tutorial, na interação do aluno com o computador, deixou de haver constrangimentos perante o "erro", pois errar faz parte do processo de ação/reflexão/depuração/ação que os alunos realizaram durante a construção do conhecimento (PAPERT, 1994), que envolveu a entrada e o acesso à atividade para continuar seu desenvolvimento, constituindo-se num desafio capaz de modificar seu sistema de assimilação. Ou seja, só aconteceu a aprendizagem porque esses alunos se descobriram sujeitos e aprenderam construindo sozinhos, através da tentativa, do acerto e do erro, sem a apreciação negativa, por parte de um colega ou do professor, fazendo com que organizassem, acomodassem, assimilassem e equilibrassem esse novo conhecimento mudando sua conduta (PIAGET, 1976).
Para Piaget (1976), a adaptação está na base do funcionamento intelectual e do funcionamento biológico, condição para a aprendizagem. A adaptação e a organização são processos diferentes e complementares que fazem parte do mecanismo de equilibração. Da mesma forma que a assimilação e a acomodação, situação em que a criança integra elementos novos às suas estruturas cognitivas existentes, que podem ser, mais ou menos, modificadas sem, contudo, serem destruídas, acomodando-as de maneira contínua. Em outras palavras, a acomodação é toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores, o meio. O que explica o desenvolvimento intelectual da criança e permite o planejamento de atividades para a construção de aprendizagens cada vez mais complexas. A equilibração, portanto, é o mecanismo que auto-regula a interação eficiente da criança com o meio, permitindo a conservação das novas estruturas, no caso das acomodações terem sido bem sucedidas.
A adoção do mini-tutorial permitiu a alteração das posturas de não envolvimento com as atividades, que alguns alunos, com dificuldades cognitivas adotaram, por terem vergonha da exposição ao serem auxiliados por colegas mais experientes, ou em dizer às professoras que não entendiam como executar as ações. Atitude que impediu a entrada no blog e desenvolvimento do trabalho.
Essas observações foram comprovadas por meio de uma enquete aplicada no dia 11/06/2010, que apurou qual das maneiras de instrução os alunos haviam se acertado mais. Dos vinte e oito alunos, treze responderam que entendo melhor seguindo o tutorial, sozinho, e pedindo ajuda para a professora ou um colega, se precisar . Representando quarenta e seis por cento da turma, os demais resultados encontram-se divididos entre as sete opções restantes, conforme resultado da Enquete sobre o uso de tutorial, no ANEXO 4.
Os dois alunos que apresentavam posturas de afastamento reagiram, positivamente, à última mudança metodológica. Pensando essas posturas, a partir da teoria Piagetiana (PIAGET, 1974), podemos identificar que o aluno que apresentava conduta Alfa, com atitudes passivas de negação da atividade e afastamento, apresentava baixa-estima gerada pelas dificuldades cognitivas e pelo sentimento de inferioridade por não conseguir acompanhar o ritmo da aula e compreender a linguagem usada (PIAGET, 1986). O outro aluno que, além da conduta Alfa, demonstrava comportamento de heteronomia[1], perturbando os demais, com a intenção de impedir que trabalhassem, na verdade, revoltava-se por não conseguir realizar a tarefa (PIAGET, 1986). Esses dois alunos reagiram positivamente à última mudança metodológica, suficientemente perturbadora para que ambos integrassem as novas ações aos seus esquemas de acomodação e assimilação (PIAGET, 1976).
Ao usarem o mini-tutorial, foram desafiados a superar suas dificuldades, a se desacomodar e provar que eram capazes de realizar a mesma atividade que os demais estavam realizando desde o início, em colaboração (PIAGET, 1976). Após a atividade com o mini-tutorial, que ambos desenvolveram sem incidentes, demonstraram desenvolvimento da alto-estima, pois se descobriram tão capazes quanto os outros, essa descoberta integrou-os ao grupo, deu-lhes segurança para socializar suas aprendizagens com os colegas e continuar se envolvendo nos novos desafios, sem se sentirem inferiorizados.
Para finalizar, comumente o computador é utilizado nas escolas como um instrumento para aquisição de informações e conhecimentos técnicos sobre o uso do próprio computador. A proposta construcionista usada com essa turma requereu uma nova prática, uma nova visão e compreensão sobre o uso do computador como ferramenta educacional. É a mesma proposta defendida por Papert, em que o computador é usado como ferramenta para a aprendizagem pelo o aluno para resolver problemas utilizando suas estruturas cognitivas. Para alcançarmos esse objetivo, as atividades propostas consideraram os princípios de liberdade e autonomia em que o sujeito constrói seu conhecimento, por meio das próprias descobertas, elaborando e reelaborando as situações-problema propostas. Nesse processo de reflexão para a superação do estado de desequilíbrio que pode ser ocasionado, ocorre a construção de novas estruturas cognitivas, sempre em um nível de conhecimento superior.
Na utilização de aplicativos como o processador de textos do blog, é possível analisar as ações do aluno em termos do ciclo de descrição ação/reflexão/depuração/ação, entretanto, a descrição realizada pelo aluno é executada pelo computador apenas no formato do texto oferecido pelo aplicativo, assim, a reflexão e a depuração do conteúdo não são facilitadas pela execução do computador. Neste caso, para que o aluno alcance níveis superiores de compreensão na construção de seu conhecimento, é imprescindível a atuação do professor, intervindo com questões problematizadoras da língua, apontando aspectos não previstos, sugerindo explicitações. O professor atua como leitor e não como revisor do texto, rompendo com a forma tradicional de ensino onde o círculo de produção é entrega/correção/nota/arquivamento.
No caso da navegação pela Internet, para pesquisa e comunicação, a ação do aluno é escolher entre várias opções oferecidas, facilitadas pela combinação de textos, imagens, animação, vídeos e sons que incrementem seu trabalho. Assim, o aluno não descreve o que pensa, mas reflete sobre as informações disponibilizadas e seleciona outras opções que considera necessárias à completude do seu trabalho. Apesar de permitir amplas explorações e auxiliar na aquisição de informações, a navegação pela Internet é uma atividade que o professor precisa acompanhar de perto, atuando para a transformação dessas informações em conhecimento.
Quando se trata de desenvolver um projeto que visa a construção de uma página na Internet, como o blog, também é possível estabelecer o ciclo de descrição ação/reflexão/depuração/ação, porém com características bem particulares. É necessário que o conteúdo seja trabalhado fora do âmbito da página na Internet. Pois esta é uma atividade de representação do conhecimento construído na sala de aula, o aluno pode refletir sobre os diferentes assuntos apresentados e depurá-los em termos de qualidade, oferecendo a oportunidade de buscar novas informações, analisar e criticar as informações apresentadas, atuando na elaboração e organização dos seus próprios projetos de busca pelo conhecimento.
[1] Heteronomia Moral: Segundo Piaget (1994, p. 32), a criança com comportamento heteronômico acredita que as regras de comportamento provêm de fora, são impostas para serem seguidas e não segui-las, não importa a razão, implica em punição. Não há um julgamento de valor ou consciência da importância das ações que ela deva realizar que a obriguem a realizá-las, a ajustar-se ao meio ou negociar espontaneamente, para evitar conflitos.
Comments (4)
Mara Tavares said
at 9:25 pm on Oct 13, 2010
help, help, help... não vou conseguir fechar nos prazos! não sofro de bloqueio criativo, sofro de espaço/tempo bloqueados!!!
snif, snif, snif...
Silvana said
at 9:12 am on Oct 14, 2010
Oi Mara!
Não precisa chorar não.. Está tudo bem, é isto mesmo. Você está indo muito bem e quanto ao tempo e espaço, a vida é corrida e é necessário uma organização (as vezes, uma super organização) nesses momentos para dar conta. Mas, se serve de consolo, te digo, que quando terminamos um trabalho desses, parece que temos todo o tempo do mundo livre e até sentimos falta! rs
Bjs e bom trabalho.
Profa. Silvana
Mara Tavares said
at 10:02 am on Oct 14, 2010
Obrigada pelo apoio, profi.
Serve de consolo, sim!
Só que às vezes dá vontade de acocar no cantinho e chorar mansinho.
Estou curtindo muito a construção desse TCC, parece um play ground, contudo, os prazos parecem que estão encurtando agora no final! hehehehe...
Gostaria de matar quem inventou o calendário (acho que seria um genocídio!!!). hehehehehehehe, taí um tema de PA!
Não dá bola, estou surtando.
Bjks no coração, Mara.
Mara Tavares said
at 10:08 pm on Oct 14, 2010
Deu, parei!
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